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terça-feira, 30 de agosto de 2011

BELEZA E LUZ - EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL



BELEZA E LUZ
EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL
Adonias JúnNior
Local: Museu da Província Capuchinha de São Luis – Ma.
Vernissage dia 01 de setembro às 18h com Celebração Eucarística presidida pelo Frei Martinelli, OFM.

INTRODUÇÃO:

“Deus, infinitamente Perfeito e Bem Aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de Sua vida bem aventurada. (...) Chama e ajuda-o a procurá-lO, a conhecê-lO e a amá-lO com todas as suas forças”¹. ”As artes, mas sobre tudo as artes sacras, têm em vista por natureza, exprimir de alguma forma nas obras humanas a beleza infinita de Deus e procuram aumentar Seu louvor e Sua glória na medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir poderosamente para encaminhar os corações humanos à Deus”².
Uma das modalidades da arte sacra mais cara à Igreja e misticamente apaixonantes, sem duvida, é a iconografia. Chegada inicialmente até nós nos séculos III e IV onde era centrada no Cristo de forma visível ou simbólica, prosseguindo pelo Concílio de Éfeso onde desabrochou a iconografia Mariana e dos Santos, continuou seu curso histórico e itinerário espiritual chegando aos nossos dias.
A palavra ícone vem do grego eikón que significa “imagem”. São representações de Jesus Cristo, cenas de Sua vida, da Virgem e dos Santos venerados pela Igreja. Ele pode ser realizado de várias maneiras: escrito sobre madeira; como afresco sobre paredes; mosaicos; ilustrações de pergaminhos ou livros ou ainda escrito em tecidos, chamados panô. Entretanto qualquer que seja a técnica em que o ícone é realizado, não podemos nos referir a ele como sendo simplesmente uma obra de arte, pois seu objetivo ímpar é transportar-nos para uma experiência espiritual. Este depois de abençoado é um sacramental, isto é, um sinal da graça, eficaz em virtude dos poderes e da oração da Igreja. É testemunha de respeito e veneração, não adoração que é devida unicamente à Deus. Aquilo que o Evangelho comunica com palavras, o ícone anuncia com cores e no-lo torna presente.

OBJETIVO:
Ocasionar um encontro pessoal na graça do Espírito com aqueles que esta arte representar. “A grande beleza das criaturas levam por analogia, a contemplação de seu Criador” (Sb.13,5). Revelar Deus ao homem e aproximar a criatura do Criador, “tendo como modelo mais recorrente a Virgem Maria, aquela que se esvaziou por inteiro, tornando-se assim espelho privilegiado que reflete a glória de Deus no mundo”³.

ACERVO:
Esta exposição contará com 30 trabalhos. Sendo 06 ícones escritos sobre madeira; 22 ícones escritos sobre tecido (panô) e 02 tela.

RESGATE HISTÓRICO:
Historicamente se torna difícil se definir o surgimento dos ícones. Há uma tradição que liga o ícone à imagem aqueropita (não feito por mãos humanas) enviado pelo próprio Cristo ao rei de Edessa, Abgar. Esta lenda conta que estando doente de lepra, e querendo curar-se, enviou uma delegação a Jesus que pregava na Palestina, suplicando um milagre e um retrato Seu. Cristo o ouviu e teria enxugado o rosto numa toalha, deixando Seus traços impressos nela. Esta seria a origem do Mandylion ou Verônica relíquia muito venerada alguns séculos depois em Constantinopla. Além da tradição difundida que atribui os primeiros ícones a S. Lucas que teria pintado a Mãe de Deus. O certo é que os primeiros ícones que chegaram até nós são dos séculos V e VI, no Convento de Sta. Catarina no Monte Sinai e em outras localidades do Egito, além das representações dos séculos III e IV nas catacumbas de referenciais cristãos que são anteriores a estes, como: o peixe; o bom pastor; dentre outros sempre centrados na pessoa do Cristo.
Após o século VII seguindo-se até o século IX há a chamada Época da Iconoplastia, período de longa luta centrada na questão de possibilidade ou não de se representar e venerar a imagem de Cristo em ícones. Havendo a vitória dos iconódulos (defensores dos ícones) marca-se um ponto decisivo na iconografia, os cânones são definitivamente consolidados, há um monumentalismo visível nas igrejas com ícones do tamanho de homens, surgem as deésis; as festas; as imagens dos patronos da igreja.
No século XIII surgem os ateliês particulares que trabalhavam sob encomenda dos Cruzados, Cavaleiros e Prelados latinos enamorados pela arte iconográfica oriental. Faço aqui uma ponte e chego a uma proximidade maior de nosso tempo, onde monges e religiosos desenvolvem a iconografia ocidental. Atualmente temos referencias de leigos iconógrafos como: Claudio Pastro, Guadalupe Monteiro Cabral, Nertan Braga, artistas de ateliês particulares como o “Theotokos Pantanassa”,”Santa Cruz”, etc. Sabendo da força da arte sacra maranhense, humildemente contando com o auxilio do Espírito Santo, o verdadeiro e único iconográfo, eu , leigo trilhando um caminho de consagração na Comunidade Católica Shalom e portador do dom artístico dado por Deus e “concordante” com as palavras do Beato João Paulo II na sua carta aos artistas “a verdadeira arte é aquela que comunica o Criador às criaturas “, apresento nesta exposição, minhas experiências oracionais na busca do Amor e desejoso de comunicá-lO. Shalom! E louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Notas:
1 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 1.;
2 IDEM, 2500.
3 Documento da Assembléia Geral da C.C.Shalom - 2008

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