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sábado, 10 de setembro de 2011

Museu dos capuchinhos participa da 5ª Primavera de Museus



“A intenção da 5º Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática “Mulheres, Museus e Memórias”.

O Museu dos capuchinhos participa da 5ª Primavera de Museus, intitulada “Mulheres, Museus e Memórias” que acontecerá de 19 a 25 de setembro nacionalmente, e no Museu dos capuchinhos, as atividades estão previstas para acontecerem nos dias 19, a 23 de setembro de 2011.

Segundo a curadora do museu, Maria Iraci soares, “a intenção da 5ª Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática 'Mulheres, Museus e Memórias', e ressaltar a importância que nós mulheres temos para a formação da história do Brasil, como tem sido a participação da mulher na história e no registro das memórias, enfim tudo isso é o nosso foco”.

A escolha do tema “Mulheres, Museus e Memórias”:


A 5ª Primavera de Museus, com seu tema “Mulheres, Museus e Memórias”, é um espaço de indagação sobre como o gênero, a mulher e o feminino estão sendo pensados na contemporaneidade. Com que memórias nossos museus individuais e coletivos estão sendo estruturados?

Em 2010, o Brasil elegeu sua primeira presidenta; no ano seguinte, a primeira mulher foi nomeada Ministra da Cultura, quase 80 anos depois da conquista do sufrágio feminino em 1932. A eleição da primeira mulher ao mais alto posto do Executivo Federal sintetiza os inúmeros avanços conquistados pelas mulheres no Brasil, como a ascensão no mercado de trabalho, os avanços na escolaridade e gradativa (e ainda inicial) redistribuição das tarefas domésticas.

Na última, década, especialmente, acontecimentos marcaram os avanços nas conquistas de direitos e desenvolvimentos das políticas públicas voltadas para as mulheres. Exemplo de relevo é a Lei Maria da Penha. Internacionalmente reconhecida, ela é o marco do enfrentamento da violência contra a mulher.

No campo dos museus e da memória, as questões de gêneros vêm alcançando destaque e inspirando grandes exposições, novos museus, além de novas vontades de memória.

Apesar da evidente importância da mulher no país, a escrita oficial da história e da memória coletiva omitiu por muitos anos seu papel na sociedade. Também foi assim nas artes, visto que até o século XIX, a arte parecia ser profissão exclusivamente masculina, enquanto as obras de artistas mulheres eram qualificadas de “amadoras”. A causa para esta “ausência” das mulheres na história da arte tem como evidência o acesso desigual à instrução artística e,
principalmente, como omissão da escrita oficial em guardar seus feitos.

Simone de Beauvoir, ainda na primeira metade do século XX, coloca o ser - mulher como um sujeito - em - si, resgatando - o de um mero reflexo invertido ou de uma construção do olhar masculino. A autora reafirma a revolucionária percepção de que mulheres são sujeitos da história e sujeitos das suas histórias.

O desafio que se coloca na atualidade é o de introduzir as mulheres na memória histórica. Não para escrever a “história das mulheres”, mas para identificá - las nos momentos em que estiveram presentes, ouvi -las da mesma forma como os homens são e foram ouvidos, não só na esfera, privada, mas no espaço público, local historicamente reservado ao
sexo masculino.

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