“A intenção da 5º Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática “Mulheres, Museus e Memórias”.
O Museu dos capuchinhos participa da 5ª Primavera de Museus, intitulada “Mulheres, Museus e Memórias” que acontecerá de 19 a 25 de setembro nacionalmente, e no Museu dos capuchinhos, as atividades estão previstas para acontecerem nos dias 19, a 23 de setembro de 2011.
Segundo a curadora do museu, Maria Iraci soares, “a intenção da 5ª Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática 'Mulheres, Museus e Memórias', e ressaltar a importância que nós mulheres temos para a formação da história do Brasil, como tem sido a participação da mulher na história e no registro das memórias, enfim tudo isso é o nosso foco”.
A escolha do tema “Mulheres, Museus e Memórias”:
A 5ª Primavera de Museus, com seu tema “Mulheres, Museus e Memórias”, é um espaço de indagação sobre como o gênero, a mulher e o feminino estão sendo pensados na contemporaneidade. Com que memórias nossos museus individuais e coletivos estão sendo estruturados?
Em 2010, o Brasil elegeu sua primeira presidenta; no ano seguinte, a primeira mulher foi nomeada Ministra da Cultura, quase 80 anos depois da conquista do sufrágio feminino em 1932. A eleição da primeira mulher ao mais alto posto do Executivo Federal sintetiza os inúmeros avanços conquistados pelas mulheres no Brasil, como a ascensão no mercado de trabalho, os avanços na escolaridade e gradativa (e ainda inicial) redistribuição das tarefas domésticas.
Na última, década, especialmente, acontecimentos marcaram os avanços nas conquistas de direitos e desenvolvimentos das políticas públicas voltadas para as mulheres. Exemplo de relevo é a Lei Maria da Penha. Internacionalmente reconhecida, ela é o marco do enfrentamento da violência contra a mulher.
No campo dos museus e da memória, as questões de gêneros vêm alcançando destaque e inspirando grandes exposições, novos museus, além de novas vontades de memória.
Apesar da evidente importância da mulher no país, a escrita oficial da história e da memória coletiva omitiu por muitos anos seu papel na sociedade. Também foi assim nas artes, visto que até o século XIX, a arte parecia ser profissão exclusivamente masculina, enquanto as obras de artistas mulheres eram qualificadas de “amadoras”. A causa para esta “ausência” das mulheres na história da arte tem como evidência o acesso desigual à instrução artística e,
principalmente, como omissão da escrita oficial em guardar seus feitos.
principalmente, como omissão da escrita oficial em guardar seus feitos.
Simone de Beauvoir, ainda na primeira metade do século XX, coloca o ser - mulher como um sujeito - em - si, resgatando - o de um mero reflexo invertido ou de uma construção do olhar masculino. A autora reafirma a revolucionária percepção de que mulheres são sujeitos da história e sujeitos das suas histórias.
O desafio que se coloca na atualidade é o de introduzir as mulheres na memória histórica. Não para escrever a “história das mulheres”, mas para identificá - las nos momentos em que estiveram presentes, ouvi -las da mesma forma como os homens são e foram ouvidos, não só na esfera, privada, mas no espaço público, local historicamente reservado ao
sexo masculino.
sexo masculino.
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